Frio e climatização, Refrigeração? conservar e congelar!

Iniciado por Duti, 15 de Setembro de 2010, 00:59

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Duti

Frio e climatização, Refrigeração? conservar e congelar!

Técnico de Frio e Climatização  é o profissional qualificado que organiza e coordena, com base nos procedimentos e técnicas adequadas, o plano de fabrico, a instalação e montagem dos sistemas de frio e climatização, bem como a conservação, reconversão e assistência técnica de sistemas, com vista à sua melhoria da sua condição funcional, de acordo com as normas, regulamentos de segurança e regras de boa prática aplicáveis.

As actividades principais a desenvolver pelo Técnico de Frio e Climatização são:

   * Coordenar os recursos envolvidos num trabalho;
   * Executar a montagem de equipamentos mecânicos de frio, ar condicionado e ventilação;
   * Testar e ensaiar os equipamentos corrigindo as deficiências;
   * Diagnosticar e reparar avarias dos sistemas de aquecimento, ventilação, ar condicionado e refrigeração;
   * Participar no projecto e execução de novas soluções para linhas de produção e processos de fabrico no campo do
     frio e refrigeração;
   * Executar planos de manutenção preventiva dos equipamentos de refrigeração ou equipamentos afins;
   * Utilizar software de apoio a esta área, para projecto e desenho, gestão de exploração e manutenção de instalações
     de frio e climatização;
   * Participar na realização de diagnósticos energéticos;
   * Modificar os sistemas de refrigeração e climatização a fim de melhorar o seu rendimento e fiabilidade, de acordo com
     um projecto de alterações;
   * Elaborar relatórios técnicos.

Tec. A.V.A.C. com formação em Informática.
Hobby's: Aeromodelismo; Electrónica; Aquariofilia e outros.
" Te desejo em dobro, do que me desejares a mim. "
Um abraço,

Duti

#1
Funcionamento:

Câmara conservação

O termostato é quem manda, e manda arrancar o compressor e manda parar.
Os ventiladores do evaporador estão sempre em funcionamento. (Têm que manter a circulação do ar na câmara, desta maneira é mais homogéneo a temperatura dos produtos.)
Os ventiladores do condensador arranca com o compressor.
Pressostato de alta e baixa pára o compressor fica ligado em serie com o termostato.

Câmara congelação

O termostato é quem manda, e manda na electroválvula de corte de liquido.
A paragem dos compressores deve ser feita pelo fecho da válvula de liquido. O objectivo é "puxar" o gás à máquina arrancando assim sem carga, sendo o pico de arranque do motor muito menor.
O compressor arranca por ordem do pressostato de baixa.
Os ventiladores do condensador arranca com o compressor.
Pressostato de alta e baixa pára o compressor.
Os ventiladores do evaporador estão sempre em funcionamento. (Têm que manter a circulação do ar na câmara, desta maneira é mais homogéneo a temperatura dos produtos.)
Excepto na descongelação onde o relógio manda descongelar (também pode ser por sensor). Tem que parar os ventiladores. Quando descongela liga as resistências.
Quando acaba o tempo de descongelar deve de ter um termostato no evaporador e só deixa ligar os ventiladores quando a temperatura do evaporador for a regulada para não dissipar o calor da descongelação pela câmara.

Atenção que ""puxar" o gás à máquina arrancando assim sem carga".
O "puxar" não é para facilitar o arranque (também faz) é sim para não haver possibilidade de liquido ir para a aspiração arrastar o óleo.

Se o arranque da máquina é difícil, podemos ter by-pass entre a admissão e a descarga com electroválvula, ou cabeças comandadas por regime de carga (trabalho) e outros ainda.

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Duti

#2
Nas câmaras de congelação o pressostato de alta e de baixa no sistema, serve para parar o compressor.

No arranque
O termostato dá sinal à electroválvula de liquido que quando actua, abre a passagem de liquido para a valvula de expanção, que por sua vez vai deixar passar o liquido e vaporizar no evaporador e retornar para a aspiração do compressor, neste momento o pressostato de baixa que estava em aberto, fecha, o que dá sinal para o compressor arrancar.

Na paragem
O termostato corta a electroválvula o compressor está a trabalhar até a aspiração atingir o valor regulado (+ - 100gramas) e depois pára.

A diferença entre a conservação e congelação, é que na conservação normalmente não se usa a electrovalvula excepto quando temos diversos evaporadores (podem ter a mesma temperatura ou não).

Os gases têm tendência a deslocarem-se para as zonas de menor temperatura, o que no caso duma câmara de congelação iria tentar ir para o evaporador. O que no momento de partida o compressor iria aspirar o gás em forma de liquido, (dado que o evaporador tem temperatura para o liquefazer) e dá origem ao chamado golpe de liquido, (vai partir válvulas e pistão, o que pode também fazer arrastamento do óleo no carter, e o compressor ficar a trabalhar sem óleo. (muitas das vezes o pressostato do óleo não actua dado que a pressão da aspiração engana o pressostato do óleo).
Nas unidades maiores usa-se um detector de óleo de nível (pode ser bóia ou óptico) que tem que parar o compressor passado 10 a 20 Seg.

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Gás refrigerante

A transferência de calor do espaço refrigerado para o condensador, e deste para o meio ambiente exterior, é conseguido através de um agente refrigerante que pode ser água, álcool, amônia, dióxido de carbono, anidrido sulfuroso, éter metílico, cloreto de metila e outros, muito embora cada um destes frigoríferos apresentem certas desvantagens.

No ano de l.928 foi sintetizada uma substância à base de cloro, que apresentava, além de outras características positivas, a de não ser inflamável e de possuir um índice de toxicidade bastante baixo. Mas só no ano de 1.931 é que foi introduzido no mercado o diclorodifluormetano, conhecido como Freon 12, e que deu início à grande expansão das indústrias de refrigeração e condicionadores de ar. Os refrigerantes de fluorcarboneto demonstraram ser absolutamente seguro, pois além das características antes descritas, são ainda inodoros, quimicamente estáveis, sem efeito prejudicial sobre o óleo lubrificante e não apresentam efeitos corrosivos. Apenas a inalação em doses concentradas ou quando queimado pela chama do maçarico, pode apresentar efeitos tóxicos ou mesmo fatais.

Os metais, em geral são compatíveis com gases fluorados, com excessão do alumínio com ligas de magnésio a 2%, ou quando são decompostos pela queima, com formação de ácidos. Quando o calor é aplicado ao cobre na presença do ar, como no caso de soldagens, (a temperatura máxima que o F12 suporta é 120oC: para o F22 fica em torno dos 150oC), formam-se óxido de cobre nas superfícies internas e externas do tubo, com o perigo de decompor o óleo incongelável (usado para lubrificação das diversas partes móveis do compressor) e o gás refrigerante. A água e o metanol (álcool metílico) também contribuem para a formação de óxido de metal.

Os gases refrigerantes podem ser classificados em três categorias, de acordo com a maneira de absorver ou dissipar calor. Há os que resfriam pela absorção do calor latente de vaporização, como o R12, o R22, a amônia, o bióxido de carbono, o cloreto de metil, o anidrido sulfuroso, etc. Aqueles que resfriam absorvendo o calor sensível, tais como, o ar e a salmoura (mistura de água e sal); e aqueles que produzem, pela absorção, a remoção do calor latente, como a amónia aquosa usada em geladeira que não trabalham pelo sistema de compressão.
Os fluídos refrigerantes fluorados são designados, quanto às características e desempenho, por números. Assim, temos para geladeiras domésticas e condicionadores de ar (refrigeração a compressão), os gases F12 e F22, respectivamente.

Existem cuidados especiais que devem ser tomados quanto ao transporte e manuseio de gases refrigerantes. Estes devem ser hermeticamente fechados em recipientes próprios, pois embora não sejam inflamáveis, estão sujeitos a explosões causadas pela alta pressão.
Existe ainda um outro fato relacionado a transtornos causados aos gases refrigerantes e que são conhecidos por contaminantes, os quais são o ar, a água, o fluxo para soldas, fragmentos de metal, anticongelantes, sujeira, solventes clorados, óxido de ferro e óxido de cobre; deve ser cuidadosamente verificada sua presença no sistema.

É muito importante, em refrigeração, o conhecimento do efeito refrigerante de determinado agente. Sabemos que o gás refrigerante, quando abaixa a temperatura e a pressão, absorve calor pela evaporação. O calor absorvido pode ser conhecido (e este detalhe é muito importante), subtraindo-se o valor da temperatura encontrada no gás líquido, no momento do mesmo entrar no tubo capilar, do valor da temperatura do vapor saturado quando este deixa o evaporador.

Esta diferença de temperatura é o efeito refrigerante procurado.

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Duti

Para ser um bom refrigerante a substância (gás) deve apresentar as seguintes propriedades:

    * Liquefazer-se (condensar-se) a pressões moderadas;
    * Evaporar-se a pressões acima da pressão atmosférica;
    * Ter pequeno volume específico (pequeno volume em relação ao seu peso);
    * Ter um elevado calor latente de vaporização;
    * Ser quimicamente estável (não se alterar, mesmo com repetidas mudanças de estado no ciclo);
    * Não ser corrosivo;
    * Não ser inflamável;
    * Não ser tóxico;
    * Permitir fácil localização de vazamento;
    * Não atacar o óleo lubrificante ou provocar qualquer efeito indesejável em outros componentes do ciclo de refrigeração;
    * Não atacar ou deteriorar alimentos, em caso de vazamento.

Não há um gás que reúna todas as propriedades desejáveis para um bom refrigerante.

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Alguns refrigerantes conhecidos:

    * Amónia (R-717): apesar de tóxico e sob certas condições, inflamável e explosivo, é largamente empregado em grandes instalações, dada a sua capacidade térmica. Tem o maior efeito resfriador entre os principais refrigerantes. Corrosivo para o cobre e latão – todo equipamento de refrigeração com amónia é feito de aço. Não é miscível ao óleo e ataca os alimentos. Com água forma álcali, que tem efeitos indesejáveis sobre o cobre, latão e alumínio. Seu vazamento é facilmente localizado, usando-se espuma de sabão ou queimando-se enxofre.
    * R 11: era muito usado como dissolvente na limpeza dos componentes de um sistema de refrigeração. Hoje tende ao desuso e é largamente substituído pelo H 141;
    * R 12: ainda tem largo emprego na refrigeração doméstica. Não é tóxico, nem inflamável, nem corrosivo e nem explosivo. Altamente estável. Mistura-se com óleo lubrificante. Seu efeito refrigerante é relativamente baixo, comparado com outros refrigerantes. Tende a ser substituído pelo R 134 a;
    * R 22: muito empregado em ar-condicionados. Requer baixo deslocamento volumétrico, o que possibilita equipamentos de tamanho reduzidos. Devido a sua tendência a altas temperaturas de descarga, sua temperatura de sucção deverá ser mantida no mínimo possível, principalmente com compressores herméticos. Os condensadores devem estar bem limpos para facilitar a circulação de ar; caso contrário sua pressão sobe rapidamente a valores prejudiciais ao compressor. Mistura-se com o óleo onde normalmente se separa no evaporador. Tem maior capacidade térmica do que o R 12, pois requer apenas 60% do deslocamento para mesma capacidade frigorífica. Também tem maior capacidade de absorver água do que o R 12, razão porque um sistema com R 22 raramente sofre problema de obstrução por congelamento da humidade. Ao mesmo tempo isso é uma desvantagem, pois a humidade residual circulará livre no sistema, oxidando as partes internas e o óleo.

Identificação dos refrigerantes
Freon, Frigen, etc.., são nomes comerciais. Os refrigerante são designados por números. Ex.: R 22, R 12, R 717 . Esses números são chamados de ASHRAE.

O número ASHRAE para os refrigerantes é definido como padrão ASHRAE 34-1997, sob a " Designação Numérica e Classificação de Segurança de Refrigerantes". A designação numérica dos refrigerantes hidrocarbono e halocarbono é sistemática e permite determinar a composição química dos compostos a partir dos números refrigerantes
Códigos de cores de cilindro de gases refrigerantes

Foram criados padrões de cor para pintura dos cilindros de cada tipo de gás. Esses padrões são internacionais:

    * R 11: laranja;
    * R 12: branco;
    * R 22: verde claro;
    * H 141: azul escuro;
    * Oxigênio: verde ou preto;
    * Nitrogênio: cinza;
    * Acetileno: vermelho;
    * Etc..

De ter em atenção que alguns como o R12, R22 entre outros já caíram em desuso.
Pois foram banidos por causar danos na camada de Ozono.

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